Suave com uma paulada na cabeça, no dia 10 de novembro, o Bayside Kings lançou nas principais plataformas de streamings o EP Dualidade #Livreparatodos, com quatro músicas que totalizam quase 8 minutos de hardcore malvadeza, a banda mostrou o porquê é atualmente um dos maiores nomes da cena Hardcore underground do Brasil.
Com mais de 10 anos de estrada, os santistas do BSK reuniram uma verdadeira comunidade de fãs ao decorrer dos anos, os Underdogs, que nos primórdios curtiam o som dos caras totalmente em inglês, porém desde 2021, com o EP Existência #Livreparatodos pudemos ver uma nova face da banda, trazendo composições em português, o diálogo foi aberto mais democraticamente ainda para os dois lados, e com a trilogia de EPs: Existência (2021), Tempo (2022) e Dualidade (2023) testemunhamos a expertise nas composições 100% em nossa língua nativa, berrar em português é muito mais gostoso!
A primeira coisa que chama a atenção quando nos deparamos com o Dualidade é a beleza da capa desse EP, a arte foi feita pelo ilustrador e designer LOUD! (@w.loud), que já é conhecido na cena do hardcore e punk nacional por suas artes para bandas como Blind Pigs, Dead Fish, CPM 22 e Ratos de Porão. Com referências de quadrinhos e da cultura geek dos anos 90 o artista conseguiu imprimir e transmitir muito bem a ideia do universo #Livreparatodos do Bayside, em que ideias e ideais são a prova de bala e todos podemos ser uma faísca para a revolução, EXISTIMOS nesse TEMPO e vivemos a DUALIDADE de nossas lutas diárias.
Perguntado sobre o novo EP, Douglas Oliveira (Underdog profissional) nos disse sua opinião: “Como o próprio Milton fala: Melodicamente agressivo”, e essa frase resume bem o Dualidade, pra quem já teve a oportunidade de ir num show do Bayside sabe que o hardcore olho no olho da banda resulta em um dos melhores shows da cena, e nessa troca já pudemos bradar pelo menos dois sons desse EP: “(DES) OBEDECER” e “ENTRE A GUERRA E A PAZ”, que já está na ponta da língua dos fãs, e com os seus Breakdowns característicos, trazem o caos poético em forma de arte pra geral poder dançar e girar os bracinhos.
A novidade foram as músicas “NA DOR/O AMOR” e “PARE (SER)”, depois dessas músicas realmente nada mais será igual! Em “na dor/o amor” podemos sentir transmitido os paralelos da luta dentro dessa sociedade, e também das lutas internas do indivíduo que está sobrevivendo e resistindo. E por falar em existir em sociedade, o que nos exemplifica melhor nesse momento, do que a música “pare (ser)” onde parecer é bem melhor do que ser? Com linhas de impacto ouvimos que “você é só uma mentira”, e não é isso que experienciamos diariamente em uma geração fake que vive de aparências? Pois então, toma mais essas duas canetadas da banda aí para poder refletir.
Em entrevista ao canal Scena, onde apresentaram um setlist completo com músicas 100% em português, a banda, dentre outras coisas, comentou que tem o desejo de num futuro próximo furar a bolha e alcançar novos públicos com seu som melódico agressivo, e a aposta em músicas nacionais faz parte desse plano, nós estamos aqui pra dar toda a força para eles nessa jornada!
Eu particularmente sou uma underdog novata, fui ao meu show da banda mesmo sem saber muito bem as músicas, e foi paixão ao primeiro 2step! Dentre as músicas desse EP já tenho a minha favorita: “Entre a guerra e a paz”, essa me conquistou com as pauladas da bateria, os breakdowns, a letra repleta de agressividade questionadora, e claro, os vocais do Milton, são 2:35min catárticos, em que você tem vontade de pular, berrar e também, arriscar uns passos de dança, por que não? Nós cidadãos que vivemos a ferro e fogo entre a guerra e a paz, sentimos demais as linhas dessa música.
Papo reto estou ansiosa pra poder ouvir e cantar logo todas as músicas do dualidade ao vivo, queremos ver o Milton fazendo o combo voadora+soco+2step, e pra você que é de são Paulo capital, o último baile da banda vai ser dia 16 de dezembro, nos encontramos lá? Caso não consiga colar em nenhum dos últimos shows de 2023, você tem a missão de dar Stream nos caras, e compartilhar o som com geral, aproveita e compartilha também esse texto! Nos encontramos no front do BSK roubando o microfone.
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